A CIÊNCIA POR DETRÁS DA FILTRAGEM DO AR NA PRODUÇÃO FARMACÊUTICA
Na indústria farmacêutica, cada detalhe conta. Um pequeno desvio pode comprometer a qualidade de um medicamento e colocar a saúde de milhares de pessoas em risco. É por isso que o controlo da qualidade do ar dentro das indústrias é tão rigoroso — e também tão fascinante do ponto de vista científico.
Despoeiramento , Ventilação Industrial, Aspiração, Transporte Pneumático, Climatização Evaporativa, Chaminés

Por que é que o ar é um risco invisível?
O ar em ambientes comuns contém poeira, microrganismos, gotículas e partículas microscópicas. Num ambiente de produção farmacêutica, qualquer uma delas pode contaminar um lote inteiro de medicamentos. Por isso, o ar que circula nas áreas de produção precisa de ser filtrado, controlado e monitorado de forma contínua.
Salas limpas não são apenas ambientes controlados; são ecossistemas de precisão.

A tecnologia dos filtros HEPA e ULPA
O coração do sistema de filtragem está nos filtros HEPA (High Efficiency Particulate Air). São capazes de reter 99,97% das partículas com diâmetro igual ou superior a 0,3 micrômetros — ou seja, praticamente todo tipo de partículas sólidas em suspensão.
Em áreas de produção estéril, podem ser usados filtros ainda mais rigorosos, os ULPA (Ultra Low Penetration Air), que chegam a uma eficiência de 99,999%. Esta tecnologia garante que o ar fique praticamente livre de impurezas antes de entrar nas salas limpas.
Na indústria farmacêutica, o ar também é um ingrediente ativo.
O papel do fluxo laminar
Além da filtragem, o fluxo de ar precisa ser cuidadosamente controlado. Em muitas das áreas, utiliza-se o chamado fluxo laminar, um movimento de ar unidirecional e constante que empurra as partículas para fora da zona de trabalho. Assim, evita-se que o ar contaminado recircule ou que as partículas se depositem sobre o produto.
Pressão positiva: uma barreira invisível
Outro princípio essencial é o diferencial de pressão entre as salas. As áreas mais críticas são mantidas sob pressão positiva, o que faz com que o ar flua sempre de dentro para fora. Desta forma, caso haja qualquer abertura de porta ou falha momentânea, o ar limpo “empurra” o ar potencialmente contaminado para longe da zona estéril.

Monitorização e manutenção constante
Sabemos que nada disto funciona sem uma monitorização contínua. Os sensores medem em tempo real a concentração de partículas, temperatura, humidade e pressão. Estes dados são comparados com limites estabelecidos por normas internacionais, como a ISO 14644 e as Boas Práticas de Fabricação (GMP).
Todos os filtros passam por testes de integridade e trocas regulares para garantir que continuem a operar dentro do padrão exigido. Cada intervenção é documentada e validada — um processo que une ciência, engenharia e o controlo de qualidade.
A filtragem do ar na produção farmacêutica é muito mais do que um requisito técnico. É uma aplicação precisa da ciência em prol da saúde pública. Cada fluxo de ar, cada filtro e cada medição fazem parte de um sistema que protege o produto/medicamento — e, por consequência, o paciente.
Controlar o ar é, em última instância, garantir a pureza e a segurança de cada medicamento produzido.
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