NÃO ADIANTA IGNORAR MAIS – O CALOR É UM PERIGO PARA A SEGURANÇA, DESEMPENHO E SAÚDE NO TRABALHO
O calor excessivo durante o trabalho cria riscos para a saúde ocupacional; restringe as funções e capacidades físicas, a capacidade de trabalho e a produtividade de um trabalhador. Temperaturas acima de 24–26°C estão associadas à redução da produtividade do trabalho. A 33-34°C, um trabalhador que trabalha com intensidade de trabalho moderada perde 50 por cento da sua capacidade de trabalho. A exposição a níveis excessivos de calor pode causar insolação e às vezes pode ser mesmo fatal. Os trabalhadores de todos os setores industriais são afetados, mas certas profissões estão especialmente em maior risco porque envolvem mais esforço físico.
Prevê-se que o stress térmico reduza o total de horas de trabalho em todo o mundo em 2,2% e o PIB global em 2,400 mil milhões de euros até 2030
Os trabalhadores industriais que trabalham em ambientes fechados também correm risco se os níveis de temperatura dentro das fábricas e oficinas não forem regulados adequadamente. Em níveis elevados de calor, a execução de tarefas básicas de escritório e de mesa torna-se difícil à medida que a fadiga mental se instala.

O Stress térmico refere-se ao calor recebido além daquele que o corpo pode tolerar sem sofrer comprometimento fisiológico. Este excesso de calor aumenta os riscos e a vulnerabilidade ocupacional dos trabalhadores; pode levar à insolação e, em última análise, até à morte.
A proliferação das chamadas “ilhas de calor”, áreas de calor concentrado dentro das empresas resultantes do trabalho fisico, da libertação de calor das máquinas, da estrutura da própria construção , intensifica ainda mais o impacto das ondas de calor, agravando os riscos enfrentados pelos trabalhadores.
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A resposta do mundo do trabalho ao aquecimento global deve incluir: políticas de adaptação e ações para proteger os trabalhadores destas condições; uma estratégia global para mitigar as alterações climáticas e limitar novos aumentos de temperatura; reformas estruturais para ajudar os trabalhadores agrícolas a conseguirem a transição para outros sectores; e medidas de preparação para os perigos climáticos. Igualmente importante é uma abordagem coerente ao desenvolvimento económico sustentável.

O estudo da Organização Internacional do Trabalho revela que para cada grau acima de 22 ℃, a produtividade diminui 2,2%. Até 2030 o stress térmico pode levar a uma perda de 2.400 Biliões de euros na produtividade o equivalente a 80 Milhões de empregos.
O stress térmico é mais comum nas indústrias, agricultura e na construção – três setores que se caracterizam por um elevado nível de informalidade. Os desafios do stress térmico poderão aumentar as disparidades de género existentes no mundo do trabalho, nomeadamente piorando as condições de trabalho para muitas mulheres empregadas nas indústrias, dado que, a exposição ao calor durante o trabalho aumenta os riscos à saúde e à produtividade enfrentados pelas mulheres grávidas.
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O stress térmico também pode funcionar como um factor impulsionador que leva os trabalhadores das industrias a abandonar as empresas em busca de melhores perspectivas noutros sectores e, ou mesmo em outros países. Embora vários factores contribuam, em última análise, para a decisão de migrar (por exemplo, desigualdade, falta de oportunidades ou de laços sociais, conflitos e outras questões de segurança), o stress térmico está a tornar-se cada vez mais um motor da migração internacional. Níveis mais elevados de stress térmico foram associados a uma maior emigração nos últimos anos, sugerindo que as famílias têm em conta as condições que as empresas apresentam.
Os empregadores são os principais motores da mudança na adaptação e na mitigação dos efeitos do aumento das temperaturas no mundo do trabalho.
Os governos devem trabalhar em conjunto com os empregadores, através do diálogo social, na concepção, implementação e monitorização de políticas de mitigação e adaptação, conforme recomendado nas Diretrizes da OIT de 2023 para uma transição justa para economias e sociedades ambientalmente sustentáveis para todos. O diálogo social desempenha um papel crucial no desenvolvimento de políticas nacionais, incluindo políticas de segurança e saúde no trabalho. Com a ajuda de instrumentos de diálogo social, como os acordos coletivos, os empregadores podem conceber e implementar políticas para lidar com o stress térmico, adaptadas às necessidades e realidades específicas do seu local de trabalho.
Texto baseado no relatório de Novembro de 2023 da Organização Internacional do Trabalho – International Labour Organization


